sexta-feira, 3 de maio de 2013

DOENÇA DO LEGIONÁRIO


Esta semana achei pertinente alertar-vos para o conhecimento da doença do legionário, que é uma doença que pode ser contraída em qualquer lugar e até mesmo na nossa própria casa, se não existirem os devidos cuidados e controlos.
 
A doença do legionário, também conhecida como legionelose, é causada por bactérias do género legionella pneumophila, e consiste numa pneumonia bacteriana que surge de forma aguda e pode até, nos casos mais graves, levar à morte.
 
O agente infeccioso, encontra-se nas águas quentes sanitárias (ex. jacuzzis, chuveiros, banhos turcos, banheiras, entre outros), nos sistemas de ar condicionado (ex. torres de arrefecimento, condensadores de evaporação e humidificadores), fontes decorativas.
A infeção transmite-se por via aérea respiratória, através de gotículas de água (aerossóis) contaminadas. É pertinente referir que a doença não é transmissível de pessoa para pessoa e nem pela ingestão de água contaminada. A doença atinge maioritariamente adultos, entre os 40 e 70 anos de idade, com maior incidência nos homens. Os fumadores, pessoas com problemas respiratórios crónicos, doentes renais e de um modo geral imunodeprimidos têm maior probabilidade de contrair esta doença.

A bactéria legionella encontra-se nos ambientes aquáticos naturais, tais como lagos e rios. Mas pode colonizar os sistemas artificiais de abastecimento de água, nomeadamente as redes de grandes edifícios, como empreendimentos turísticos e Hospitais, desde que encontre as condições favoráveis ao seu desenvolvimento. As condições ótimas de multiplicação da bactéria são: a temperaturas entre 20ºC e 43ºC, e pH entre 2 e 8,5.
 
A doença manifesta-se através de uma ligeira dor de cabeça, dores musculares, febres altas, arrepios, insuficiência respiratória e tosse. Também pode ocorrer náuseas, vómitos, diarreia ou dores abdominais, mas com pouca frequência.
As primeiras manifestações clinicas surgem 5 ou 6 dias após a contaminação, sendo o seu período de incubação variável ente 2 a 10 dias.
 
O controlo e prevenção desta doença é realizado pelo diagnóstico precoce em casos suspeitos e pelo tratamento da potencial fonte de infeção provavelmente associada. Este tratamento consiste em: limpeza, desinfeção e manutenção das instalações e equipamentos contaminados.
 
O primeiro registo da doença do legionário surgiu no ano de 1976 em Filadélfia, nos EUA. Durante uma convenção de Legião Americana (American Legion) os participantes começaram a apresentar sintomas que se assemelhavam aos de uma gripe/pneumonia. Mais tarde, veio a confirmar-se que esses sintomas foram provocados por uma bactéria tendo sido designada por legionella.
Em Portugal, a doença foi descrita pela primeira vez em 1979. Desde 1999 está incluída na lista de doenças transmissíveis de declaração obrigatória (Portaria 1071/98 de 31 de Dezembro), sendo também obrigatório notificar à rede comunitária, segundo a Decisão da Comissão Europeia nº 2119/98/CE de 24 de Setembro de 1998. Os dados da doença dos legionários a nível Europeu são geridos pela rede European Working Group for Legionella Infections (EWGLINET).
Na Europa o maior surto da doença de legionário ocorreu em Espanha a Julho de 2001, onde foram registados mais de 800 casos, tendo apenas sido registadas 6 mortes.
 
Como futura Técnica de Saúde Ambiental crei que é importante existir um controlo das águas e dos sistemas de ar condicionado, para a prevenção da doença do legionário. No estágio anterior tive o privilégio de participar em colheitas de água para detetar a presença de Legionella, e foi-me muito gratificante participar neste tipo de colheita.
A participação e o contributo dos Técnicos de Saúde Ambiental (TSA), é muito importante, pois através da sua intervenção é possível vigiar o saneamento básico contra agentes transmissores da doença, e também promover e participar com várias entidades, no sentido de melhorar as condições sanitárias básicas, evitando assim que a bactéria se multiplique e possa causar problemas na saúde pública.
 
 

notícia

Bactéria que causa doença dos legionários detetada em 20% da água

Conclusão é de um estudo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
 
Vinte por cento das cerca de mil amostras de água provenientes de sistemas artificiais analisadas laboratorialmente revelaram a presença da bactéria Legionella, responsável pela Doença dos Legionários. A conclusão é de um estudo que recomenda programas de vigilância de pontos críticos.

O estudo sobre a «Prevalência de Legionella nos sistemas de água», publicado na última edição do Boletim Epidemiológico «Observações», do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), analisou 975 amostras provenientes de água para consumo humano (nomeadamente chuveiros), águas termais, águas industriais, de torres de refrigeração e de jacuzzi.

Das amostras analisadas entre janeiro de 2010 e junho do ano passado, 192 revelaram-se positivas para a Legionella, a bactéria responsável pela Doença dos Legionários, uma pneumonia grave, cuja infeção se transmite por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada.
tvi 24, 2013-02-28
 
Documentos de Referência:
 

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