DOENÇA DO LEGIONÁRIO
Esta semana achei pertinente
alertar-vos para o conhecimento da doença do legionário, que é uma doença que
pode ser contraída em qualquer lugar e até mesmo na nossa própria casa, se não
existirem os devidos cuidados e controlos.
A doença do legionário,
também conhecida como legionelose, é causada por bactérias do género legionella
pneumophila, e consiste numa pneumonia bacteriana que surge de forma aguda e
pode até, nos casos mais graves, levar à morte.
O agente infeccioso,
encontra-se nas águas quentes sanitárias (ex. jacuzzis, chuveiros, banhos turcos,
banheiras, entre outros), nos sistemas de ar condicionado (ex. torres de
arrefecimento, condensadores de evaporação e humidificadores), fontes decorativas.
A infeção transmite-se por
via aérea respiratória, através de gotículas de água (aerossóis) contaminadas. É pertinente referir que a doença não é transmissível de pessoa
para pessoa e nem pela ingestão de água contaminada. A doença atinge
maioritariamente adultos, entre os 40 e 70 anos de idade, com maior incidência
nos homens. Os fumadores, pessoas com problemas respiratórios crónicos, doentes
renais e de um modo geral imunodeprimidos têm maior probabilidade de contrair
esta doença.
A bactéria legionella
encontra-se nos ambientes aquáticos naturais, tais como lagos e rios. Mas pode
colonizar os sistemas artificiais de abastecimento de água, nomeadamente as
redes de grandes edifícios, como empreendimentos turísticos e Hospitais, desde
que encontre as condições favoráveis ao seu desenvolvimento. As condições
ótimas de multiplicação da bactéria são: a temperaturas entre 20ºC e 43ºC, e
pH entre 2 e 8,5.
A doença manifesta-se
através de uma ligeira dor de cabeça, dores musculares, febres altas, arrepios,
insuficiência respiratória e tosse. Também pode ocorrer náuseas, vómitos,
diarreia ou dores abdominais, mas com pouca frequência.
As primeiras manifestações
clinicas surgem 5 ou 6 dias após a contaminação, sendo o seu período de
incubação variável ente 2 a 10 dias.
O controlo e prevenção desta
doença é realizado pelo diagnóstico precoce em casos suspeitos e pelo tratamento
da potencial fonte de infeção provavelmente associada. Este tratamento consiste em: limpeza, desinfeção e
manutenção das instalações e equipamentos contaminados.
O primeiro registo da doença
do legionário surgiu no ano de 1976 em Filadélfia, nos EUA. Durante uma convenção de Legião Americana (American Legion) os
participantes começaram a apresentar sintomas que se assemelhavam aos de uma
gripe/pneumonia. Mais tarde, veio a confirmar-se que esses sintomas foram
provocados por uma bactéria tendo sido designada por legionella.
Em Portugal, a doença foi
descrita pela primeira vez em 1979. Desde 1999 está incluída na lista de doenças
transmissíveis de declaração obrigatória (Portaria 1071/98 de
31 de Dezembro), sendo também obrigatório notificar à rede comunitária, segundo
a Decisão da Comissão Europeia nº 2119/98/CE de 24 de Setembro de 1998. Os
dados da doença dos legionários a nível Europeu são geridos pela rede European Working Group for Legionella Infections (EWGLINET).
Na Europa o maior surto da doença de legionário ocorreu em Espanha a Julho
de 2001, onde foram registados mais de
800 casos, tendo apenas sido registadas 6 mortes.
Como futura Técnica de Saúde
Ambiental crei que é importante existir um controlo das águas e dos sistemas
de ar condicionado, para a prevenção da doença do legionário. No estágio
anterior tive o privilégio de participar em colheitas de água para detetar a presença de
Legionella, e foi-me muito gratificante participar neste tipo de colheita.
A participação e o
contributo dos Técnicos de Saúde Ambiental (TSA), é muito importante, pois através da sua
intervenção é possível vigiar o saneamento básico contra agentes transmissores
da doença, e também promover e participar com várias entidades, no sentido de
melhorar as condições sanitárias básicas, evitando assim que a bactéria se
multiplique e possa causar problemas na saúde pública.
notícia
Bactéria que causa doença
dos legionários detetada em 20% da água
Conclusão
é de um estudo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
Vinte por cento das cerca de
mil amostras de água provenientes de sistemas artificiais analisadas
laboratorialmente revelaram a presença da bactéria Legionella, responsável pela
Doença dos Legionários. A conclusão é de um estudo que recomenda programas de vigilância
de pontos críticos.
O estudo sobre a «Prevalência de Legionella nos sistemas de água», publicado na última edição do Boletim Epidemiológico «Observações», do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), analisou 975 amostras provenientes de água para consumo humano (nomeadamente chuveiros), águas termais, águas industriais, de torres de refrigeração e de jacuzzi.
Das amostras analisadas entre janeiro de 2010 e junho do ano passado, 192 revelaram-se positivas para a Legionella, a bactéria responsável pela Doença dos Legionários, uma pneumonia grave, cuja infeção se transmite por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada.
O estudo sobre a «Prevalência de Legionella nos sistemas de água», publicado na última edição do Boletim Epidemiológico «Observações», do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), analisou 975 amostras provenientes de água para consumo humano (nomeadamente chuveiros), águas termais, águas industriais, de torres de refrigeração e de jacuzzi.
Das amostras analisadas entre janeiro de 2010 e junho do ano passado, 192 revelaram-se positivas para a Legionella, a bactéria responsável pela Doença dos Legionários, uma pneumonia grave, cuja infeção se transmite por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada.
tvi 24, 2013-02-28
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