sexta-feira, 22 de março de 2013

PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
 
Olá cibernautas, tal como referi na 1ªsemana de estágio, o gabinete no qual me encontro a estagiar é o responsável por identificar e avaliar os riscos para a segurança e saúde nos locais de trabalho. Além do meu orientador de estágio encontra-se também um colega de trabalho no gabinete que é responsável pela segurança contra incêndios, planos de emergências, entre outras áreas inseridas na mesma temática.

Desta forma, resolvi falar um pouco sobre a prevenção e proteção contra incêndios, para que tenham alguma perceção acerca do tema, uma vez que anualmente, nas empresas, os incêndios provocam grandes prejuízos materiais e muitas vítimas, por queimaduras e ferimentos, bem como por intoxicação.

Mesmo que não haja acidentes causados pelo incêndio, a maioria das vezes os trabalhadores enfrentam a privação do seu trabalho habitual, durante um período de tempo apreciável. É então necessário assegurar medidas de forma a impedir que o fogo se declare ou, quando tal acontece, impedir a sua propagação.

Por outro lado, é necessário providenciar todos os meios materiais e humanos suscetíveis de controlar com rapidez um incêndio, desde o seu início.

As estatísticas disponíveis revelam que as causas mais frequentes dos incêndios (ordem decrescente) são:
Ø  Instalações elétricas;
Ø  Utilização de chamas nuas e superfícies quentes;
Ø  Presença inadequada de matérias inflamáveis, designadamente, líquidos e gases;
Ø  Aparelhos de aquecimento.

O estudo das causas de incêndios, bem como dos fenómenos associados à sua propagação, revela-se da maior importância para a sua prevenção e controlo.

O elemento decisivo para a melhoria das condições de segurança contra incêndio estará na formação de quadros e responsáveis técnicos das empresas e na sensibilização e motivação de todos os seus trabalhadores.

 A ESSÊNCIA DO FOGO
O fogo é uma reação química de oxidação-redução fortemente exotérmica.

Um incêndio é uma reação de combustão (oxidação-redução) fortemente exotérmica e que se desenvolve de forma descontrolada, quer no tempo quer no espaço. Para além da emissão de calor, verifica-se, num incêndio, a emissão maia intensa de fumo e gases de combustão.

Triângulo do Fogo
Sendo os processos de combustão muito complexos, podem apresentar-se mediante um triângulo no qual um dos seus lados, representa um dos três fatores indispensáveis para a eclosão de um fogo:
Ø  Combustível (é o que arde);
Ø  Comburente (é o que permite a combustão);
Ø  Energia de ativação (energia mínima necessária para se iniciar a reação, que é fornecida pela fonte de inflamação).
 
Figura I: Triângulo do Fogo
 


Medidas de Segurança contra incêndio
As medidas de segurança contra incêndio visam o cumprimento dos seguintes objetivos:
Ø  Reduzir os riscos de eclosão;
Ø  Limitar a propagação do fogo, fumo e gases;
Ø  Promover a evacuação segura e rápida dos ocupantes;
Ø  Facilitar a intervenção dos Bombeiros.

Mas estas medidas podem ser condicionadas por alguns fatores, tais como:
Ø  Porte do edifício;
Ø  Tipo de ocupação (física e humana) – Habitação;
Ø  Natureza;
Ø  Tipo de Atividade.

 Para combater eficazmente um incêndio com o mínimo de desgaste é fundamental agir com rapidez.
 
AGENTES DE EXTINÇÃO
Para atacar eficazmente um início de incêndio é necessário dispor de um agente de extinção mais apropriado. Existem vários agentes extintores que atuam de maneira específica sobre cada um dos elementos anteriormente referidos.

A escolha do agente adequado dependerá da classe de fogo e das características do combustível.

Classe de Fogos
O Decreto-Lei n.º 220/2008 de 12 de Novembro, classifica os fogos segundo o tipo de combustível, permitindo rapidamente prescrever o agente extintor a aplicar. Este decreto-lei considera as seguintes classes de fogos:

Tabela I: Classes de Fogos
 
Na tabela seguinte é apresentada uma tabela que relaciona as classes de fogos com os agentes extintores mais utilizados, de acordo com a sua eficácia: 
 
Classes de Fogo
Agente Extintor
A
B
C
D
Água
Eficaz
Não Usar
Não Usar
Não Usar
Espuma
Eficaz
Muito Eficaz
Não Usar
Não Usar
Pó BC
Não Usar
Muito Eficaz
Muito Eficaz
Não Usar
Pó ABC
Muito Eficaz
Muito Eficaz
Muito Eficaz
Não Usar
CO2
Pouco Eficaz
Eficaz
Eficaz
Não Usar
Pó D
Não usar
Não Usar
Não Usar
Eficaz
Tabela II: Relação das classes de incêndio com os agentes extintores
 
Colocação de Extintores
Os extintores devem ser colocados nos pilares ou nas paredes e em locais amplos, sinalizados e de preferência à entrada dos locais de trabalho.
De acordo com a Portaria nº 1532/2008 de 29 de Dezembro, Art. 163º, nº3 da secção I do capítulo, os extintores devem estar colocados de maneira a que o seu manípulo permaneça a uma altura não superior a 1,20 m do pavimento e sinalizados com placa fotoluminescente e bem visíveis.
A placa fotoluminescente com indicação do tipo de extintor e materiais a que se destina deve ser colocada entre 1,30 m e 1,40 m do pavimento (acima do manípulo do extintor). E a placa fotoluminescente de sinalização de extintor colocada em todos os extintores, a uma altura aproximada de 2,00 m do pavimento.
É muito importante que os trabalhadores sejam informados quanto ao tipo de extintor a utilizar e o seu modo de funcionamento.

 
Figura 2: Colocação de um extintor

 
Utilização de Extintores
Na utilização dos extintores deve ter-se em atenção os seguintes princípios:

Ø  Um incêndio ao ar livre deve ser sempre combatido no sentido do vento, de forma a evitar queimaduras, inalação de gases e fumo e o desvio do agente extintor;
 

Ø  Dirigir o jato do agente extintor para a base das chamas, efetuando um disparo curto para comprovar que o extintor se encontra em perfeitas condições; 
 

Ø  Aproximar-se do foco de incêndio, progressiva e cautelosamente (3 a 5 metros consoante o tipo de extintor e capacidade do extintor);

Ø  Varrer lentamente toda a superfície incendiada, dirigindo o jato do agente extintor, avançando à medida que este vai perdendo alcance e se for extinguindo;
Importante: se o extintor for de dióxido de carbono (CO2), aproximar-se o mais possível do incêndio, uma vez que a sua natureza tem pouco alcance e é facilmente desviado pelo vento.
 
Ø  Em incêndios de combustíveis líquidos, evitar uma pressão muito forte na sua superfície impedindo o alargamento da área afetada;
 
Ø  Dar por terminada a atuação, apenas depois de se assegurar de que o incêndio não se reacenderá.

 
Ativação do Extintor
Na utilização de um extintor o primeiro passo será a ativação deste, ou seja colocá-lo em condições de funcionamento. Para tal o operador deve retirar a cavilha de segurança (Fig.3) e premir o manípulo existente na válvula do extintor (Fig.4) quando o comando está instalado na referida válvula.
 


Após toda a informação que disponibilizei para que todos os leitores se familiarizem um pouco sobre esta temática, como futura Técnica de Saúde Ambiente penso que é muito importante serem realizadas vistorias aos locais de trabalho, bem como verificação da validade dos extintores e a sua localização, que muita das vezes não é a mais correta. Deve ser realizada anualmente a manutenção de todos os extintores.
É importante também explicar à entidade empregadora e aos trabalhadores os perigos a que estão expostos, de forma a ser tomada uma resposta rápida em caso de incêndio, e recomendar que todos os trabalhadores tenham formação nesta área.
Como supracitado, existem diferentes classes de fogos associados a cada agente extintor, desta forma, é importante em cada local de trabalho a existência de um extintor adequado ao material existente no local para que a extinção de um incêndio seja mais eficaz.

Documentos de Referência:

Sem comentários:

Enviar um comentário