FINALIDADE DAS MEDIÇÕES DA QUALIDADE DO AR INTERIOR

Desta forma, é importante a
realização de medições do ar interior para que seja possível avaliar a presença
dos vários poluentes, com o intuito de prevenir ou minimizar riscos para a saúde
pública.
As medições da qualidade do ar têm
como finalidade:
ü
Estabelecer condições de base, de modo a que os
níveis medidos em áreas problemáticas possam ser comparados com as
concentrações registadas noutras datas e noutros locais;
ü
Comparar a qualidade do ar interior com a do ar
exterior;
ü
Testar a hipótese sobre a fonte do problema;
ü
Confirmar que um procedimento de controlo tem o
efeito desejado de reduzir as concentrações de poluente ou o melhoramento da
ventilação;
ü
Revelar a existência de compostos associados,
com os problemas particulares de edifícios (uma leitura de dióxido de carbono
superior a 1800 mg/m³ é indicadora de baixa ventilação, leituras de monóxido de
carbono acima dos 12,5 mg/m³ constituem um indicador da existência de produtos
de combustão não ventilados ou do arrastamento de produtos provenientes do
escape dos veículos);
ü
Comparar os valores das medições com os valores
limites das concentrações estabelecidas, e/ou com Normas específicas de saúde
pública e de conforto para poluentes específicos.
A qualidade do ar no interior de
espaços depende de inúmeros fatores, destacando-se os seguintes:
ü
Emissão de poluentes no interior de edifício
provenientes de materiais de construção e mobiliário, alcatifas, isolamentos
deteriorados, processos de combustão, utilização de produtos químicos (produtos
de limpeza), produtos de bricolage, sistemas de aquecimento e arrefecimento,
sistemas de humidificação, bioefluentes, entre outros;
ü
Infiltração de poluentes do ar interior, tais
como radão, ozono, monóxido de carbono, pesticidas;
ü
Acumulação de poluentes no interior devido à
inexistência de sistemas de ventilação ou no caso de existirem serem
deficientes e com baixas renovações de ar.
A concentração local de poluentes
depende de fatores, como:
Ø
Taxa de emissão;
Ø
Caudal de ar novo;
Ø
Características do ar novo/concentração de
poluentes no ar interior;
Ø
Sistemas de ventilação;
Ø
Características do compartimento – dimensões
geográficas, tipos de revestimento e mobiliário.
O esquema seguinte resume os fatores
que mais contribuem para a qualidade do ar no interior. Os fatores a sombreado
são os que, segundo estudos efetuados, mais contribuem para os valores de
poluentes encontrados.
Figura I:
representação esquemática dos fatores que afetam a qualidade do ar interior
De acordo com a ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers) a qualidade do ar pode ser aceitável se:
v
No ar interior não se verificam concentrações
nocivas de contaminantes;
v Uma
maioria substancial (mais de 80%) das pessoas expostas a um determinado ar
interior não apresenta desagrado em relação as condições de qualidade do ar
interior.
CASOS
PRÁTICOS
Para
finalizar deixo-vos alguns exemplos de casos de práticos de medições de
qualidade do ar no interior de edifícios, bem como as medidas que poderão ser
propostas mediante os valores das concentrações obtidas, comparando com a
legislação aplicável (Decreto-Lei nº 79/2006, de 4 de Abril).
Local
|
Parâmetros crítico(s)
|
Concentração obtida
|
Fontes
(causas)
|
Medidas propostas
|
||
Escritório
|
Formaldeído
|
0,26 ppm
|
Mobiliário
|
Ajuste
dos níveis de ventilação no local
|
||
Open Space
|
Dióxido
de Carbono
|
2000
ppm
|
Sobrelotação
|
Instalação de um
sistema de ventilação e reorganização da ocupação dos espaços
|
||
Gabinete Médico
|
Formaldeído, Dióxido de Carbono e Compostos
Orgânicos Voláteis
|
0,28 ppm;
0,31 ppm; 1184 ppm
|
Mobiliário
Bioefluentes
Produtos Químicos
|
Renovação do ar
|
||
Laboratório
|
Monóxido
de Carbono, Compostos Orgânicos Voláteis e Bactérias
|
1355
ppm; 0,41 ppm;
653
UFC/m³
|
Sobrelotação
Perfumes
|
Instalação de um
sistema de ventilação e reorganização da ocupação dos espaços
|
||
Sala de Espera
|
Formaldeído, Dióxido de Carbono e Compostos
Orgânicos Voláteis
|
0,13 ppm; 1079 ppm; 0,29 ppm
|
Sobrelotação
Bioefluentes
|
Reorganização
da ocupação dos espaços e ajuste dos níveis de ventilação à intensidade de
utilização
|
Saúde,
Segurança e Prevenção contribuem para um ambiente seguro e um trabalhador
saudável.
Documentos de Referência:
- Agência Portuguesa do Ambiente (APA)– Qualidade do Ar Interior
- Guia Técnico da Qualidade do Ar emEspaços Interiores – APA
-
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