sexta-feira, 19 de abril de 2013

FINALIDADE DAS MEDIÇÕES DA QUALIDADE DO AR INTERIOR


Na semana passada falei-vos sobre os critérios a ter para a realização das medições da Qualidade do Ar Interior, achei pertinente falar-vos sobre a finalidade deste tipo de medições, bem como dos fatores que mais contribuem para a qualidade do ar no interior.
 
Desta forma, é importante a realização de medições do ar interior para que seja possível avaliar  a presença dos vários poluentes, com o intuito de prevenir ou minimizar riscos para a saúde pública.
 
As medições da qualidade do ar têm como finalidade:
ü  Estabelecer condições de base, de modo a que os níveis medidos em áreas problemáticas possam ser comparados com as concentrações registadas noutras datas e noutros locais;
ü  Comparar a qualidade do ar interior com a do ar exterior;
ü  Testar a hipótese sobre a fonte do problema;
ü  Confirmar que um procedimento de controlo tem o efeito desejado de reduzir as concentrações de poluente ou o melhoramento da ventilação;
ü  Revelar a existência de compostos associados, com os problemas particulares de edifícios (uma leitura de dióxido de carbono superior a 1800 mg/m³ é indicadora de baixa ventilação, leituras de monóxido de carbono acima dos 12,5 mg/m³ constituem um indicador da existência de produtos de combustão não ventilados ou do arrastamento de produtos provenientes do escape dos veículos);
ü  Comparar os valores das medições com os valores limites das concentrações estabelecidas, e/ou com Normas específicas de saúde pública e de conforto para poluentes específicos.
 
A qualidade do ar no interior de espaços depende de inúmeros fatores, destacando-se os seguintes:
ü  Emissão de poluentes no interior de edifício provenientes de materiais de construção e mobiliário, alcatifas, isolamentos deteriorados, processos de combustão, utilização de produtos químicos (produtos de limpeza), produtos de bricolage, sistemas de aquecimento e arrefecimento, sistemas de humidificação, bioefluentes, entre outros;
ü  Infiltração de poluentes do ar interior, tais como radão, ozono, monóxido de carbono, pesticidas;
ü  Acumulação de poluentes no interior devido à inexistência de sistemas de ventilação ou no caso de existirem serem deficientes e com baixas renovações de ar.
 
A concentração local de poluentes depende de fatores, como:
Ø  Taxa de emissão;
Ø  Caudal de ar novo;
Ø  Características do ar novo/concentração de poluentes no ar interior;
Ø  Sistemas de ventilação;
Ø  Características do compartimento – dimensões geográficas, tipos de revestimento e mobiliário.
 
O esquema seguinte resume os fatores que mais contribuem para a qualidade do ar no interior. Os fatores a sombreado são os que, segundo estudos efetuados, mais contribuem para os valores de poluentes encontrados.
 
Figura I: representação esquemática dos fatores que afetam a qualidade do ar interior

De acordo com a ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers) a qualidade do ar pode ser aceitável se:
v  No ar interior não se verificam concentrações nocivas de contaminantes;
v  Uma maioria substancial (mais de 80%) das pessoas expostas a um determinado ar interior não apresenta desagrado em relação as condições de qualidade do ar interior.
 
 
CASOS PRÁTICOS
Para finalizar deixo-vos alguns exemplos de casos de práticos de medições de qualidade do ar no interior de edifícios, bem como as medidas que poderão ser propostas mediante os valores das concentrações obtidas, comparando com a legislação aplicável (Decreto-Lei nº 79/2006, de 4 de Abril).
 
Local
Parâmetros crítico(s)
Concentração obtida
Fontes
(causas)
Medidas propostas
Escritório
Formaldeído
0,26 ppm
Mobiliário
Ajuste dos níveis de ventilação no local
 
Open Space
Dióxido de Carbono
2000 ppm
 
Sobrelotação
Instalação de um sistema de ventilação e reorganização da ocupação dos espaços
 
 
Gabinete Médico
Formaldeído, Dióxido de Carbono e Compostos Orgânicos Voláteis
0,28 ppm;
0,31 ppm; 1184 ppm
 
Mobiliário
Bioefluentes
Produtos Químicos
 
 
Renovação do ar
 
 
Laboratório
Monóxido de Carbono, Compostos Orgânicos Voláteis e Bactérias
1355 ppm; 0,41 ppm;
653 UFC/m³
 
 
Sobrelotação
Perfumes
Instalação de um sistema de ventilação e reorganização da ocupação dos espaços
 
 
Sala de Espera
Formaldeído, Dióxido de Carbono e Compostos Orgânicos Voláteis
0,13 ppm; 1079 ppm; 0,29 ppm
 
 
Sobrelotação
Bioefluentes
 
Reorganização da ocupação dos espaços e ajuste dos níveis de ventilação à intensidade de utilização
 

Saúde, Segurança e Prevenção contribuem para um ambiente seguro e um trabalhador saudável.
 
 

Documentos de Referência:

 

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