critérios a ter para realização das Medições da
qualidade do ar interior
Olá a todos os que têm acompanhado o
meu Blog, como vos tinha mencionado no início, o meu estágio irá passar
essencialmente pela realização de medições da Qualidade do Ar Interior. Desta
forma resolvi informar-vos de como se realizam as medições e quais as medidas a
tomar para as mesmas, então esta semana vou falar-vos dos critérios a ter para
a realização das medições da Qualidade do Ar Interior.
Uma avaliação da Qualidade do Ar Interior
tem por objetivo minimizar um ou vários problemas do ar ambiente nos edifícios
As
medições da Qualidade do Ar Interior devem ser definidas, tendo em conta:
- A identificação das zonas e dos locais para a realização das medições;
- O número mínimo de pontos de medição e sua localização;
- O momento ou período do dia e duração.
Identificação
das zonas e dos locais para a realização das medições
Para efeitos da avaliação dos
parâmetros da Qualidade do Ar Interior que constam no RSECE (Regulamento dos
Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios), num edifico que será objeto
de análise, os espaços devem ser agrupados por zonas de medição, e deverá ser
realizada no mínimo uma medição de cada parâmetro analisável.
Para determinar as de medição no
edifício, dever-se-á ter em conta alguns critérios, tais como:
ü
Os espaços a agrupar numa mesma zona deve
possuir o mesmo plano de distribuição de ar e serem servidos pela mesma Unidade
de Tratamento de Ar (UTA) ou, na ausência deste, pelo mesmo sistema de
ventilação. Deve também apresentar:
o
Idênticos tipos e níveis de atividades, de
cargas térmicas e de fontes de emissão de poluentes;
o
Compartimentação e organização dos espaços
idênticos, tais como gabinete médico, salas de espera, laboratório, entre
outros.
ü
Os espaços com características semelhantes onde
existam ocupantes/utentes mais suscetíveis, tais como crianças e idosos.
Número
mínimo de pontos de medição em cada local
O número mínimo de pontos de cada
medição por local deve ser calculado (arredondando á unidade), pela seguinte
expressão:
Ni – nº de pontos de
medida da zona i (Ni ≥ 1)Ai – área da zona i (m2)
Seleção
dos locais de amostragem para uma medição da Qualidade do Ar Interior
A seleção dos espaços objetos de
medição poderá ser realizada:
ü
Aleatoriamente;
ü
Em zonas “isentas” para comparação com zonas de
queixas dos ocupantes/utentes;
ü
Por zonas contíguas com características
específicas. Como por exemplo a proximidade com áreas de perfumaria,
restauração, atividades de limpeza a seco, garagens, salas de impressoras,
entre outros;
ü
Em zonas dos edifícios fustigadas por ventos
predominantes.
Definição da localização dos pontos de medição
Para a localização dos pontos de
medição, dever-se-á ter em conta os seguintes critérios:
ü
As medições devem ser realizadas na zona ocupada
do espaço, onde represente atividades ocupacionais, definida de acordo com a
norma europeia EN13779 (fornece orientação para os projetistas, proprietários e
utilizadores do sistema AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado) a fim
de conseguir um ambiente interior confortável e saudável em todas as estações
com custos de instalação e funcionamento aceitáveis);
ü
Os pontos de medida deverão estar a mais de 1
metro das fontes de contaminação, tais como impressoras, fotocopiadoras, fumo
de cigarros, entre outros;
ü
O local da medição deverá ser a pelo menos 0,5m
dos cantos, paredes, divisórias e outras superfícies verticais (Ex: cabides).
Caso não se seja possível cumprir estas indicações, dever-se-á anotar essa
informação;
ü
A medição não deverá ser realizada diretamente
de baixo ou em frente dos difusores de abastecimento de ar, unidades de
difusão, ventoinhas ou aquecedores, entre outros;
ü
As medições devem ser realizadas uma altura de
1,5m acima do chão;
ü
Deve ter-se em atenção a colocação do
equipamento, de forma a não impedir a passagem dos ocupantes e obstrução de
saídas de emergência.
Momento
das medições
As medições devem ser realizadas em
períodos de normal ocupação, funcionamento ou utilização do edifício, duas ou
três horas após o funcionamento do espaço e se possível, com a máxima ocupação.
Tempo
de medição
É recomendado, para cada registo de
leitura, um período mínimo de 5 minutos para sistemas de medição portáteis de
leitura em tempo real dos parâmetros poluentes, tais como EVM-7, que será o
utilizado na medição da Qualidade do Ar Interior. O tempo de medição deverá ser
representativo de período de ocupação, tendo em vista a verificação da
conformidade das concentrações máximas de referência.
Equipamento utilizado
EVM-7 é o equipamento utilizado na
medição da Qualidade do Ar Interior
Mede vários parâmetros, tais como:
ü
Partículas Suspensas no Ar (PM10);
ü
Compostos Orgânicos Voláteis (COVs);
ü
Monóxido de Carbono (CO);
ü
Dióxido de Carbono (CO2);
ü
Temperatura;
ü
Humidade Relativa;
ü
Ponto de Orvalho.
O bom funcionamento dos equipamentos
de medição da Qualidade do Ar Interior são críticos para o sucesso de qualquer
programa de amostragem. Para garantir medições exatas, é necessária a
calibração do equipamento, usando padrões com concentrações conhecidas das
substâncias que se pretender quantificar, e também uma concentração de zero.
Informação a recolher antes da
realização das medições
Ø
Recolha de informação acerca dos locais a
amostrar;
Ø
Preparar as plantas do edifício com a
identificação dos locais para a realização das medições.
Informação a recolher durante a
realização das medições
Ø
Estimar o número de ocupantes no local, contando
as secretárias ou postos de trabalho;
Ø
Avaliar os padrões de ocupação;
Ø
Registar as quantidades relativas de espaços
abertos e fechados, e de corredores em cada piso;
Ø
Verificar os sistemas de AVAC e o número de
unidades de tratamento de ar (UTA) que serve cada local, podendo os mesmos
serem identificados nas plantas.
Tratamento de Resultados
Por fim, os resultados das medições
realizadas devem ser alvo de tratamento, tendo em vista a obtenção de valores
representativos que devem ser utilizados para efeitos de verificação e
comparação com legislação em vigor, para posterior elaboração de um relatório final.
A Legislação utilizada para avaliar as condições da Qualidade do Ar Interior é o Decreto-lei nº 79/2006 de 4 de Abril onde consta as concentrações máximas do poluentes dos edificios.
Tipo
|
Parâmetros
|
Concentração máxima de referência
|
|
mg/m3
|
ppm
|
||
Físico-químicos
|
Partículas Suspensas
no Ar (PM10)
|
0,15
|
-
|
Dióxido de Carbono (CO2)
|
1800
|
1000
|
|
Monóxido de Carbono
(CO)
|
12,5
|
10,90
|
|
Ozono (O3)
|
0,2
|
0,10
|
|
Formaldeído (HCHO)
|
0,1
|
0,08
|
|
Compostos Orgânicos Voláteis Totais (COVs)
|
0,6
|
0,29
|
|
Radão
|
400 Bq/m3
|
||
Microbiológicos
|
Bactérias
|
500 UFC/m3 de ar
|
|
Fungos
|
500 UFC/m3 de ar
|
||
Legionella
|
100 UFC/L de água
|
Concentrações máximas de referência de poluentes no interior dos edificios (Decreto-lei nº79/2006 de 4 de Abril)
A Organização Mundial de
Saúde (OMS) sustenta que a possibilidade de um determinado poluente chegar aos
pulmões de uma pessoa é mil vezes maior dentro de casa do que fora.
Desta forma, é muito importante existerem avaliações da Qualidade do Ar Interior para contribuir para uma boa qualidade de vida da população.
Documentos de Referência:
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